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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Dica de livro: Poliana

Antes de dormir, é quando meus pensamentos rondam minha mente. Em alguma noite com pouco sono, um livro me veio à mente: Poliana. Lembrei do dia em que uma tia me trouxe esse livro, eu devia ter uns 10 anos, ou menos. A principio, não me interessei muito. Um livro com folhas envelhecidas, uma capa desgastada e desbotada pelo tempo. Aos 10 anos, achava aqueles livros cheios de letrinhas muito chatos. Mas eu aprendi que esses livros que parecem ser chatos e de letras pequenas podem conter as melhores historias.

Não foi por causa da aparência velha do livro ou da minha idade que lembrei. Foi da grandiosa história que continha nas entrelinhas dele. Poliana é uma menina órfã, que vai morar na casa de sua tia, sua parente mais próxima. Ela tinha muitos motivos para ser triste. Era órfã, pobre, e foi morar com estranhos. Ela jogava o que chamava “ Jogo do Contente”. Via as coisas da melhor forma possível, era otimista nos piores casos. E quanto mais coisas difíceis aconteciam, mais divertida a brincadeira ficava, era o que ela dizia. Com seu jogo, Poliana mudou a vida das pessoas ao redor dela, como a da tia quase sem sorrisos e solitária que ela tinha.

Um dos livros mais bonitos que já li na minha vida, e que me inspira até hoje. Sempre que me vejo triste e não sei o que fazer, eu lembro de Poliana.Espero passar esse livro para outra pessoa, alguém que entenda a mensagem que o livro transmite e que a leve para a vida.

Um trecho do livro:

(...) Passaram por vários ambientes luxuosos até chegar ao sótão, sem forro no telhado e desprovido de tapetes e cortinas.

— Este é seu quarto. O jantar é às seis em ponto – disse a tia, mandando Nancy ajudá-la a guardar as roupas e retirando-se em seguida. Poliana ficou imóvel, olhando as paredes nuas com lágrimas nos olhos

.— Pobre menina! Não merecia isso! – exclamou Nancy, penalizada. Mas Poliana logo se distraiu guardando os livros e as roupas no armário.

— Vai ficar tudo bonito, Nancy. E quer saber? Até prefiro que não tenha espelhos aqui, pois assim não verei minhas sardas. Foi bom titia me dar este quarto. Olhe como é lindo lá embaixo! – exclamou, debruçando-se na janela. — A torre da igreja, as árvores, o rio... Não preciso de quadros, isto é um quadro. (...)

A pobre Nancy procurou Poliana até debaixo da cama. Como ela podia ter desaparecido? Saiu para o jardim e o velho Tomás apontou para a colina

:— Lá está a menina! Desceu pela árvore e parece bem feliz.

Nancy correu para buscá-la. Poliana pediu mil desculpas pelo susto que causou e não se importou ao saber da refeição de pão e leite na cozinha.

— Adoro pão e leite. Faz parte do jogo, Nancy, entende?

— De que jogo está falando, menina?

— O jogo do contente. Papai me ensinou. Começou com as muletas

.— Muletas?!

— Sim, eu tinha pedido uma boneca de Natal, mas na caixa de donativos da igreja, em vez da boneca, veio uma par de muletas. Papai explicou que eu deveria ficar contente por não precisar usar as muletas

.— Contente por ganhar muletas em vez da boneca? Não entendi nada!— O jogo consiste em encontrar alegria em qualquer situação, Nancy. Se acontecem coisas ruins, o jogo fica mais divertido. Quer ser minha parceira?



Um abraço e muitos doces pra todos. :3



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